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DESTRAVE A DINÂMICA DAS SUAS AULAS DE PILATES! (pt.3-Organização do estúdio para facilitar as aulas)

O mercado de Pilates fez a maior parte dos instrutores acreditar que montar um estúdio significa comprar um equipamento de cada. Um Reformer, um Cadillac, um Barril, uma cadeira. Depois normalmente a realidade dos estúdios adota uma organização de aulas onde o instrutor atende de 2 a 4 pessoas por horário e aí começam uma série de problemas:

– Aulas rodízio sem dinâmica e fluidez.

– As aulas ficam dispersas e sem um bom comando verbal, já que cada aluno fica em um aparelho.

– Há muita dificuldade de concentração dos alunos pois aumentam as conversas paralelas.

– O estúdio fica como se fosse uma academia.

Para resolver esses problemas duas coisas são fundamentais:

    • Entender a lógica por trás do método (isso já falamos no texto 1).
    • Entender como se organiza as etapas de uma aula de Pilates (texto 2)
    • Compreender o conceito implícito em cada aparelho, sua função, como e quando ele é utilizado dentro de uma aula de Pilates.

Algumas considerações sobre esse item 2 serão feitas abaixo:

Os aparelhos de Pilates podem ser agrupados em famílias e cada aparelho possui uma função dentro do método. Não podemos esquecer que toda a engenharia criada por Joseph Pilates possui como objetivo fazer o homem reviver de forma consciente todo o processo de construção da sua coordenação motora até ele estar em pé e se movendo de forma harmônica, tridimensional e livre. Farei apenas a descrição de alguns deles.

Footcorrector (1923) – Trabalha a organização do arco plantar (alicerce da casa), assim como melhora a sensibilidade plantar que é muito importante para o nosso equilíbrio. Aparelho da mesma família dos barris. Utilizado na segunda parte da aula, não há necessidade de grandes quantidades desse equipamento!

Reformer (1924) – Reformar um corpo por meio do “REFORMER UNIVERSAL” significa: fornecer-lhe uma trajetória clara para se deslocar, aumentando assim a eficiência do movimento, bem como fechar a cadeia cinética para melhor feedback proprioceptivo, adicionando carga e resistência ao movimento para uma resposta adaptativa neural mais acelerada. Utilizado sempre na primeira parte da aula, neste equipamento existe uma sequência de movimentos já pré-determinada e sua quantidade varia de acordo com o número de alunos que você atende.

Cadilac – Segundo (Panelli & De Marco, 2010) ao contrário dos exercícios executados no Reformer, neste equipamento não há uma ordem pré-estabelecida específica, sendo desenvolvido para focar nas necessidades e particularidades de cada sujeito. Aparelho muito versátil que possui recursos para o trabalho com atletas até pessoas muito debilitadas. Utilizado na segunda e terceira parte da aula, não há necessidade de grande quantidade.

Cadeiras (High chair, wunda chair e baby chair) – Em linhas gerais as cadeiras são excelentes ferramentas para integrar as extremidades do corpo ao centro. Claro, que cada uma terá objetivos específicos. A High chair e a Wunda são excelentes para o trabalho da verticalização com qualidade, a Baby chair trabalha prioritariamente na organização da cintura escapular dentro da unidade corporal. Utilizados na segunda parte da aula, não há necessidade de grandes quantidades.

Barris (Small barrel, Spine corrector, Big barrel) – Muito utilizados como equipamentos de finalização de aula, trabalhando exercícios que colocam o corpo em posições invertidas (cabeça abaixo da linha do corpo), simetria, e inversões das curvas da coluna. Terceira parte da aula. Utilizados prioritariamente na segunda e terceira parte das aulas, os barris menores podem ser adquiridos em quantidades compatíveis com o número de alunos por horário. O grande apenas 1 é o suficiente!

Disposição dos equipamentos em sala.

Dentro de um estúdio de Pilates Clássico a quantidade de equipamentos e sua disposição são colocados de acordo com a proposta do método, do número de alunos que iremos atender por horário e da dinâmica de aula. Normalmente temos mais equipamentos como Mat (colchonetes específicos) e Reformer, pois são os lugares onde ficaremos mais tempo com os alunos (primeira parte da aula). Normalmente temos a quantidade desses aparelhos correspondente com o número de alunos que iremos atender por turma. Ou seja, se atendemos 4 alunos por horário, teremos 4 Reformers e 4 Mats, para que possamos trabalhar a primeira parte da aula de maneira onde todos responderão ao mesmo comando verbal do professor.

Os outros aparelhos que compõem o sistema, normalmente temos 1 ou 2 de cada.

Pequenos acessórios e pequenos aparelhos como small barrel ou spine corrector, buscamos quantidades compatíveis com o número de alunos por horário.

Normalmente a disposição dos aparelhos na sala são agrupados de acordo com a família em que pertencem.

Realidade dos estúdios no Brasil.

Entendo haver no Brasil 3 grupos distintos de atitudes frente ao trabalho deixado por Joseph Pilates.

1 – Há trabalhos que se estruturam dentro de um método, seja ele Clássico ou não, priorizam o trabalho utilizando os exercícios de Pilates reconhecidos e organizam suas aulas utilizando os aparelhos de acordo com essa metodologia.

2 – Há trabalhos que não se organizam dentro de uma metodologia, ou seja, não há uma ordenação ou sistematização clara, porém, ainda assim se preocupam em utilizar exercícios de Pilates, em aparelhos de Pilates, que são reconhecidos por uma comunidade.

3 – Há trabalhos que não se organizam dentro de uma metodologia e também não possuem a preocupação em utilizar exercícios de Pilates propriamente, apenas utilizam os aparelhos de Pilates para a realização de exercícios funcionais, ou mesmo a utilização de outros tipos de aparelhos.

Para lidar com o problema da organização do seu estúdio e montagem da sua aula é importante que você se reconheça dentro de algum desses sub-grupos. Algumas dificuldades podem ser apontadas em cada uma dessas situações:

Grupo 1 – O Professor se acomoda com a facilidade da metodologia e para de pensar e raciocinar, fazendo do seu trabalho e das suas aulas uma repetição mecânica de exercícios ou uma coreografia.

Grupo 2 – A falta de um método de trabalho pode comprometer a organização da aula, a dinâmica, a intensidade.

Grupo 3 – Além de todos os problemas anteriores temos a perda da identidade do Pilates.

Conclusão:

Antes de você sair gastando seu tempo e dinheiro com a montagem de um estúdio de Pilates, primeiro se preocupe em vivenciar o método, em conhecê-lo. A quantidade e os aparelhos que você irá comprar inicialmente depende dessa compreensão. Outra coisa importante que vai influenciar muito sua decisão será o tipo de cliente que você quer atender, a região onde você está e o seu planejamento financeiro. Tenha calma nesse momento e tente perceber que muitos fabricantes de aparelhos de Pilates não entendem nada de Pilates, procure um fabricante que pratica o método, assim você não erra!

Alex Luzzi

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